Aptidão Músculo Esquelética

              

                   Aptidão Músculo Esquelética

                                   Força e Mobilidade

 

APTIDÃO MÚSCULO-ESQUELÉTICA (ou capacidades físicas)

Para a realização das mais diversas atividades físicas, motoras ou de modalidades
esportivas são requeridas o uso de capacidades físicas específicas, que são desenvolvidas através
de treinamento ou de exercícios regulares, melhorando o desempenho do praticante. Muitas
tarefas diárias, no trabalho ou em sua casa, também exigem certas qualidades físicas. Por
exemplo, o treinamento de um corredor de maratona dá prioridade à resistência, já um
halterofilista deve fazer exercícios que aumentem a força, por outro lado, quem trabalha muito
tempo em pé, também necessita de maior resistência para as pernas e coluna, e as pessoas que
trabalham com transporte manual de cargas, necessitam desenvolver a força muscular para os
braços e coluna.

O QUE SÃO CAPACIDADES FÍSICAS?

As qualidades físicas (ou habilidades físicas) podem ser definidas como o conjunto de
capacidades individuais, orgânicas, musculares e neurológicas que interferem na atividade físicomotora
e também no desempenho esportivo. São características funcionais de vigor orgânico,
essenciais para o desenvolvimento das destrezas e movimento especializados. Estas
características se apresentam como:

a) Resistência

Para a prática de esportes a resistência é um requisito básico, estando diretamente
relacionada com a duração e a intensidade do esforço. É definida como a capacidade que se tem
de manter-se em esforço contínuo sem perda de eficiência (fazer a atividade em rítmo constante,
por um longo período, sem descansar). É a capacidade de resistência dos músculos ou grupo
musculares contra a fadiga muscular, com repetidas contrações musculares, suprindo uma força
submáxima repetidamente. A resistência também é compreendida como a capacidade que o
indivíduo tem de transformar energia química em movimento. Para aumentar a resistência é
preciso exercitar-se vigorosamente, pelo menos 20 minutos, três vezes por semana. A resistência
pode ser dividida em: Anaeróbica e Aeróbica.

→ resistência muscular localizada (RML): 

que é a resistência de determinados grupos musculares em manter um movimento, gesto ou posição por um determinado tempo, sem que ocorram pausas. É um esforço mantido ininterruptamente, ou seja, constante: exemplos são pedalar, remar, caminhar.Contração muscular: fenômeno biológico no qual as células musculares, a partir de estímulo nervoso, se contraem produzindo movimento ou tensão.

b) Força

Pelo menos ¼ ou até mesmo metade do peso de nosso corpo é formado por tecidos
musculares, que nos proporcionam a força, que é a qualidade que permite ao músculo ou grupo
muscular vencer uma resistência (oposição) ao movimento do qual ele é agente motor. É o uso
da força máxima num só esforço, que pode ser exercida contra uma resistência (empurrar, puxar,
levantar ou carregar peso). Em nosso corpo, há cerca de 400 músculos, ligados ao esqueleto por
tendões. Os movimentos corporais são controlados pela contração ou relaxamento de músculos
específicos. Existem três tipos de força muscular:
→ força ESTÁTICA: quando não há movimento (ex.: queda de braço quando os competidores
não conseguem mover para nenhum dos lados os braços);
→ força DINÂMICA: quando há movimento (ex.: um ciclista subindo uma ladeira íngreme);
→ força EXPLOSIVA (ou potência): quando age com força máxima no menor tempo possível
(ex.: cortada no voleibol - devido à velocidade do movimento associado à força aplicada).
Exageros: exercícios com pesos excessivos podem causar danos aos músculos, tendões e
articulações e em pessoas mais velhas podem causar problemas cardiovasculares no coração e
nos vasos sangüíneos.

                                       

c) Flexibilidade

É uma qualidade física que condiciona a capacidade funcional das articulações de
movimentar-se dentro dos limites ideais de determinadas ações. Também é entendida como a
capacidade das articulações de se moverem por uma grande amplitude de movimento (flexionar,
alongar ou girar o corpo em uma série completa de movimentos). Caracterizada pelo grau de
amplitude do movimento de uma ou mais articulações, ela depende da facilidade de
movimentação das articulações, músculos e tendões. A flexibilidade é fator necessário para
praticamente todos os esportes, também fornece qualidades de movimento a quem pratica
exercícios físicos, por exemplo, os contorcionistas de circo, atletas de ginástica olímpica,
natação, pois diminui o risco de torções ou mau jeito, porque os tecidos elásticos e flexíveis tem
melhores condições de absorver o choque de movimentos bruscos ou rápidos.

   

d) Agilidade

Agilidade é a capacidade que a pessoa tem de mudar rapidamente a posição do corpo no
espaço alterando sua direção e sentido. Uma jogadora de basquete tentando se livrar da marcação
caracteriza-se agilidade. Do mesmo modo essa qualidade é exigida quando um boxeador
esquiva-se de um golpe, a agilidade supõe um razoável grau de domínio sobre o corpo
envolvendo outras qualidades físicas como equilíbrio e coordenação.

 

e) Velocidade

É a qualidade particular dos músculos das coordenações neuro-musculares, que permitem
a execução de uma sucessão rápida de gestos, que em seu encardenamento constitui uma só e
mesma ação de intensidade máxima e duração breve. Consiste em agir num mínimo de tempo
com uma intensidade máxima a sua execução. Existem as seguintes formas de velocidade:
→ velocidade de deslocamento: é a habilidade de deslocar-se de um ponto a outro, no menor
tempo possível;
→ velocidade de reação: é a rapidez com que nosso corpo responde (reage) a um estímulo;
→ velocidade de membros: é a habilidade de mover os membros o mais rápido possível.

f) Equilíbrio

É um estado particular no qual um indivíduo pode manter uma atividade ou gesto, ficar
imóvel ou lançar seu corpo no espaço utilizando-se da gravidade, ou pelo contrário, resistindo-a .
Quanto mais defeituoso, mais energia é gasta para corrigí-lo. É a base primordial da
Coordenação Dinâmica Geral como impulsionador de toda ação diferenciada dos membros,
sendo também, uma posição do indivíduo frente ao mundo. Pode ser observado fisicamente das
seguintes formas:
→ equilíbrio estático: é a manutenção de um gesto ou postura em situação que não ocorre
movimento.
→ equilíbrio dinâmico: é a manutenção do equilíbrio em uma situação em que existe a
movimentação.
→ equilíbrio recuperado: é quando você retoma um equilíbrio estático após uma situação de
equilíbrio dinâmico ou de desequilíbrio.

             

          O Músculo

      A contração de um músculo resulta do deslizamento dos filamentos de actina e miosina.    

              

Proteínas envolvidas

          Dentro de cada célula existe uma grande quantidade de proteínas chamadas actina e miosina, que são as principais responsáveis pelo movimento. Elas interagem entre si, utilizando íons de cálcio como desinibidores, ATP como energia  e as interações entre a "cabeça" da miosina e o corpo da actina para gerar uma pequena movimentação em cada conjunto proteico, como na imagem:

                                             

                                               

Quando não há a presença do cálcio (pequena esfera amarela), um componente desse conjunto, a tropomiosina, não permite o contato da miosina com a actina, interrompendo a contração muscular. Esse componente é responsável pela interrupção do gasto desnecessário de energia, quando a contração não é necessária.  

                        Tipos de Músculos  

De maneira geral, podemos reconhecer três tipos de músculo no corpo humano:

• Músculo não estriado (músculo liso);
• Músculo estriado esquelético;
• Músculo estriado cardíaco.

Os músculos não estriados têm contração lenta e involuntária, isto é, os movimentos por eles gerados ocorrem independentemente da nossa vontade.

               

Esses músculos são responsáveis, por exemplo, pela ereção dos pêlos na pele (“arrepio”) e pelos movimentos de órgãos como o esôfago, o estômago, o intestino, as veias e as artérias, ou seja, músculos associados aos movimentos peristálticos e ao fluxo de sangue no organismo.

Os músculos estriados esqueléticos fixam-se aos ossos geralmente por meio de cordões fibrosos, chamados tendões. Possuem contração vigorosa e voluntária, isto é, seus movimentos obedecem a nossa vontade. Exemplos: os músculos das pernas, dos pés, dos braços e das mãos. O músculo estriado cardíaco é o miocárdio, o músculo do coração, que promove os batimentos cardíacos. Sua contração é vigorosa e involuntária.

O trabalho muscular

Uma das principais propriedades dos músculos é a capacidade de se contrair; a contratilidade; é ela que torna possíveis os movimentos.

No caso dos músculos estriados esqueléticos, os ossos atuam como alavancas e permitem a efetivação do movimento. Às vezes, o movimento é possível graças ao trabalho antagônico de dois músculos. Por exemplo: quando você dobra um braço, o bíceps braquial se contrai, diminui no comprimento e aumenta na espessura. Ao mesmo tempo, o tríceps braquial relaxa. Ao esticar o braço, a situação se inverte: o bíceps braquial relaxa, voltando ao tamanho normal, e o tríceps braquial se contrai.

A fadiga muscular

Quando uma pessoa realiza um esforço muscular muito intenso, é comum ela ficar cansada e sentir dores na região muscular mais solicitada. É a fadiga muscular, que ocorre por causa do acúmulo de ácido lático no músculo.

Em situação de intensa atividade muscular, os músculos estriados esqueléticos necessitam de muita energia. Essa energia é obtida pela “queima” de alimento com o uso de gás oxigênio. Mas, nesse caso, parte da energia necessária para a atividade muscular é obtida também por um tipo de fermentação, um mecanismo de “queima” de alimento sem utilização gás oxigênio. A fermentação que ocorre no músculo é chamada fermentação láctica, pois gera ácido láctico como produto final. Após um período de repouso, o ácido láctico presente no músculo da pessoa é “queimado”, e as dores musculares desaparecem.